Depois de tão maravilhosas noticias...depois de dias de euforia, de emoção, de alegria e de desejar que o tempo passe rápido, depois de tudo isto, sinto-me a zeros de novo...
Algo não está bem...algo está a falhar...
Depois de 27 anos de vida, de uma infância feliz, mas triste, de uma juventude reprimida, de uma escolariedade com altos e baixos, do inicio de responsabilidade de vida precoce, de um amor perfeito, de ser a mulher mais feliz de todo mundo, de ter um filho lindo e maravilhoso, do nosso filho sofrer horrores, de o nosso filho morrer, de ouvir de pessoas aquilo que jamais pensei ouvir e de nada ter feito para merecer...depois desta vida tão intensa...mas sempre sem perder as esperanças, começo a perde-las agora..
Sinto-me só...mesmo só...sinto-me a lutar contra a maré...sinto que luto, luto para nunca vencer...sinto que era suposto estar a lutar a pares, mas vejo-me a lutar sozinha...
Sempre achei que esta vida fazia sentido apesar de tudo...mas agra não acho...
Deixei 23 anos de vida para trás, familia, amigos, tudo aquilo que conhecia, que era meu...Em busca de uma amor...para ficar ao lado da pessoa que amo...Nunca me arrependi, e quando o fiz foi mesmo arriscar na vida, em que se desse certo aqui estaria, mas se não desse pelo menos teria tentado...
Em 4 anos tive tudo...semti-me a mulher mais feliz do mundo, com uma marido que amo com todas as minhas forças, e que me sentia amada...com um trabalho que me preeenchia e me fazia sentir muito util...com uma casinha que muito gostava...e depois veio o nosso filhote, foi a cereja no topo do bolo...aquele ser lindo e maravilhoso que nos dava sentido à vida...que nos fazia acordar para ele...
As coisas más começaram a surgir...a doença...a luta...os desmoronamentos das ilusões e dos nossos sonhos...mas sempre com esperança...sempre unidos no mesmo: salvar o nosso filhote... juntos lutamos, juntos rimos, juntos choramos...
Em 4 anos ouvi coisas que jamais pensei que alguém tivesse coragem de pensar quanto mais de o dizer a alguém sem qualquer justificação...ouvi ofensas,a mim e à pessoa que mais amava...doia-me o que me era dirigido a mim, mas mais me feria aquilo que era dirigido ao meu marido, pois vinha da própria boca da mãe dele...Nunca a minha mãe me atirou à cara o que fez ou deixou de fazer por mim, e sei que passou muito, e ouvir o que aquela senhora dizia ao seu p´roprio filho, a maneira como o ofendia, a maneira como o magoava com palavras crueis, frias e sem sentido...mas ele, como pessoa de bom coração que é, sempre ignorou! Fez bem...eu não conseguiria...
Não consegui...passado tanto tempo a ouvir o que não queremos, a ter à nossa volta falta de sensibilidade pelo que estavamos a passar, falta de respeito pela nossa dor...um dia rebentei...não me arrependo! Tirei um peso de cima...e resolvi colocar um ponto final na situação...afinal a senhora não é da minha familia, não precisa de mim nem eu dela..precisa do seu filho e ele estará lá sempre que ela precisar, mas eu não preciso estar presente...
Mesmo assim fui ofendida, fui chamada de mentirosa, fui acusada de inventar coisas das quais não tenho necessidade nenhuma porque o que todos vêm é suficiente...Para me ofender a mim, usou o meu filho, isso não perdoo, nunca, mas nunca mesmo! Era o neto dela...não tem perdão nunca!
No funeral do nosso bébé coloquei uma pausa para não criar mau ambiente, resolvi responder às suas perguntas, apenas isso...não foi suficiente...mesmo perante a nossa dor e a dor de todos ainda conseguiu dizer coisas que magoaram...aida conseguiu arranjar barulho com o proprio filho no funeral do seu neto...isto é inadmissivel...Posso estar a ser muito injusta, mas vou ser muito sincera, acho que aquele momento foi desejado por ela...ali ela foi o centro das atenções, fazia por selo...isto é demasiado cruel! Mas ela não parecia estar a sofrer...as suas conversas para chamar a atenção de todos...as suas atitudes de pessoa insana assim o demonstraram...não fui a unica a perceber tal coisa...Dias mais tarde em conversa com outras pessoas, me disseram, que quando eu por vezes dizia que ela era ssim e tal, achavam que eu talvez exagerasse, mas que no funeral viram atitudes de sua parte que nunca pensariam ver de laguem, muito menos num funeral, e muito menos no funeral do proprio neto...Mas o que os outros dizem não é o que me magoa, é aquilo que eu vi e ouvi...
Não consigo esquecer...não consigo perdoar! Deus diz para perdoarmos quem nos ofende...mas quem é DEUS??? existe??? Onde estava ele quando lhe pedi que parasse o so frimento do meu filho...quando me dei por vencida e desejei que o meu filho morresse para não sofrer mais...onde estava ele quando ele sofreu o que sofreu???? não...deus não é ninguém...é fruto do desejo e da imaginação de quem se sente desesperado e quer continuar a ter esperança...
Há oito meses que as coisas aconteceram...não mais vi nem falei com a senhora...mas nunca, nunca, nunca, tentei afastar o meu marido dela...nunca...ele é filho dela e deve-lhe tudo o que é e o que tem...foi ela quem o criou, o alimentou, o vestiu e o educou...é a mãe dele, e ele deve-lhe muito...e tem de estar lá quando ela precisa...Sempre o incentivo a ir ter com ela, passar o dia com ela, almoçarem juntos e leva-la a dar uma volta...para isso não precisam de mim...e eu não me importo nadinha de ficar um dia de vez em quando sozinha...não me importo mesmo! E sinto-me bem quando ele vai ter com ela...é mãe dele...devem manter esse laço que os une...
Mas quando insiste comigo para que eu também vá,quando me diz que ela mudou, que está dierente, eu não consigo acreditar...não consigo...quem foi assim a vida toda...quem nem no dia do enterro do seu proprio neto teve um coração grande, quem assim é como vai mudar algum dia???
Não consigo olhar na cara de pessoa assim...ainda não consigo...não sei se algum dia serei de novo capaz...ela magoou-me demasiado para esquecer assim...
Mas apercebo-me que ele não me está a perceber...não me tenta compreender...e isso está a magoar-me profundamente...
Sinto que já estamos a caminhar os dois par a par...vamos lado a lado mas por estradas diferentes...
Sinto-me perdida...com vontade de desistir...de desaparecer...
No alto do meu castelo de 28 anos, olho para trás e vejo um caminho repleto de lágrimas e sorrisos, de alegrias e tristezas, de duvidas e de certezas...mas acima de tudo de muita esperança...
A vida é dura...será sempre...
Sou uma princesa como tantas outras, que deseja apenas ser feliz!
O presente de hoje jamais será o passado de ontem nem o futuro do amanhã...
As minhas lágrimas por vezes são uma consequência dos risos dos outros...mas jamais permitirei, que os risos desses mesmos, surjam pelas lágrimas que eu derramo...
A vida é dura...será sempre...
Sou uma princesa como tantas outras, que deseja apenas ser feliz!
O presente de hoje jamais será o passado de ontem nem o futuro do amanhã...
As minhas lágrimas por vezes são uma consequência dos risos dos outros...mas jamais permitirei, que os risos desses mesmos, surjam pelas lágrimas que eu derramo...
segunda-feira, 7 de junho de 2010
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